Os satélites brasileiros (SCD e CBERS)
Astronomia

Os satélites brasileiros (SCD e CBERS)


Os satélites brasileiros



CBERS:
Satélite Cbers, captura as imagens do espaço
CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite, que em português significa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) é uma cooperação entre Brasil e China no desenvolvimento de tecnologias espaciais, que resultou no satélite CBERS-1, lançado em 1999, e no CBERS-2, em órbita desde 2003. Desde que o acordo foi feito em 1988, os dois países já investiram mais de US$ 300 milhões para a implantação de um sistema completo de sensoriamento remoto de nível internacional.
Hoje, dezessete anos depois, o Brasil é um dos maiores distribuidores de imagens orbitais do mundo. O que é ótimo para um país que até então dependia exclusivamente de imagens fornecidas por equipamentos estrangeiros.
A parceria não inclui a transferência de tecnologia entre os dois países, e cada um precisou transpor os obstáculos que surgiram no desenvolvimento daquele que era o primeiro satélite do gênero tanto para o Brasil como para a China. Antes do CBERS, os brasileiros haviam construído o SCD - Satélite de Coleta de Dados, de menor porte. "Do SCD para um satélite grande como o CBERS foi um grande passo", resume Janio Kono, coordenador do Programa Sino-Brasileiro no INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que tem a missão de desenvolver e construir os satélites do Brasil. Na China, o programa está sob a responsabilidade da CAST - Chinese Academy of Space Technology. Além do conhecimento tecnológico, o programa espacial também traz benefícios sociais, demonstrados durante o "Seminário de Aplicações do CBERS-2 - 2º Ano de Sucesso", realizado pelo INPE nos dias 19 e 20 de outubro. A utilidade das imagens foram apresentadas por alguns dos maiores usuários do satélite, como Petrobras, IBGE, Incra, Embrapa, Ibama, ANA, organizações não-governamentais e empresas de geoprocessamento. O IBGE, por exemplo, usa os dados para atualizar seus mapas em projetos de sistematização do solo, assim como o Incra emprega as imagens nos processos ligados à reforma agrária. As aplicações no setor agrícola e de monitoramento ambiental costumam causar maior impacto econômico e social devido às dimensões continentais do Brasil. Sem uma ferramenta acessível, vigiar um território tão extenso seria quase impossível. É importante destacar que neste dia 21 de outubro, quando o CBERS-2 completa seu segundo ano de operação, o Brasil fecha um ciclo de desenvolvimento tecnológico na área espacial. Quando foi assinado o contrato com a China, previa-se a construção de apenas dois satélites de sensoriamento remoto, cada qual com vida útil estimada em dois anos. O sucesso do programa pode ser comprovado pela renovação do acordo, firmada durante a visita do presidente da China ao INPE em 2002. Com número cada vez maior de usuários, o CBERS não terá seu fornecimento de imagens interrompido, pois até 2011 deverão ser lançados outros três satélites, mais sofisticados, que renovam o desafio para a engenharia espacial brasileira.

Lançamento do Satélite CBERS 2
O Satélite: O CBERS-2 é equipado com câmeras para observações ópticas de todo o globo terrestre, além de um sistema de coleta de dados ambientais. O satélite está em órbita síncrona com o Sol a uma altitude de 778 km, completando 14 revoluções da Terra por dia. Este tipo de órbita faz com que o satélite sempre cruze o Equador às 10h30 da manhã, hora local, provendo assim as mesmas condições de iluminação solar para tornar possível a comparação de imagens adquiridas em diferentes datas. Além do módulo com a carga útil, o satélite possui ainda outro módulo para os equipamentos de suprimento de energia, controles, telecomunicações e demais funções necessárias à operação. Os dados internos para monitoramento do estado de funcionamento do satélite são coletados e processados por um sistema de computadores antes de serem transmitidos à Terra. Uma das maiores vantagens do CBERS-2 é a diversidade de câmeras com diferentes resoluções espaciais e freqüências de coleta de dados. No período aproximado de cinco dias, obtém-se uma cobertura completa do globo. Além disso, qualquer fenômeno detectado pelo WFI pode ser focalizado pela Câmera CCD, para estudos mais detalhados no máximo a cada três dias. A Câmera CCD opera em 5 faixas espectrais incluindo uma faixa pancromática de 0,51 a 0,73 µm. As duas faixas espectrais do WFI são também empregadas na câmera CCD para permitir a combinação dos dados obtidos pelas duas câmeras. São necessários 26 dias para uma cobertura completa da Terra. Sua resolução é ideal para observação de fenômenos ou objetos cujo detalhamento seja importante. As bandas da CCD estão situadas na faixa espectral do visível e do infravermelho próximo, o que permite bons contrastes entre vegetação e outros tipos de objetos. Atualmente, apenas a CCD está em operação. Em abril deste ano, um problema no suprimento de energia do CBERS-2 exigiu o desligamento das outras duas câmaras, para economia de energia. A falha não afetou significativamente os usuários, porque as imagens da CCD correspondem a cerca de 90% da demanda.

SCD:
Satélite SCD 2
Os satélites SDC (Satélites de coleta de dados) são equipados para captar e retransmitir dados meteorológicos, ambientais e da química atmosfera, coletados por plataformas (PCD) instaladas em terra ou por bóias oceanográficas. Os dados são retransmitidos a uma ou mais estações terrenas de recepção. O INPE é o responsável pela especificação, projeto, desenvolvimento, fabricação e operação desta série de 4 satélites, o SCD-1, SCD-2, SCD-2A e SCD-3.
Estão em órbita somente os satélites SCD-1 e SCD-2.
O SCD-1 foi colocado em órbita em fevereiro de 1993 e encontra-se operando até hoje, com uma vida útil além do período, inicialmente previsto, de um ano. Sua órbita foi escolhida de forma a cobrir inteiramente o território brasileiro, se mantém com aproximadamente 760 Km de altitude e 20º de inclinação em relação ao plano do Equador. Seu período orbital é de 98º passando pelo Brasil cerca de 8 vezes ao dia. Ele é o primeiro satélite da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) que prevê o desenvolvimento e a construção de outros três, o SCD-2 (já concluído) e dois satélites de sensoriamento remoto (SSR-1 e SSR-2) para observações de recursos terrestres.
O SCD-2 foi lançado, com sucesso, em 1998, por meio de um veículo Pegasus, a partir do Cabo Canaveral. Atualmente opera de forma conjunta com o SCD-1. Pretende-se, desta forma, ampliar a prestação dos serviços de coleta de dados.
Novamente, o satélite SCD 2
O SCD-2A foi perdido no lançamento inaugural do VLS-1, em 1997.
O SCD-3, projetado para órbita circular equatorial a uma altura de 1.100Km, permitirá, do ponto de vista de coleta de dados, uma varredura territorial complementar a dos demais satélites SCD e a dos satélites CBERS, além de propiciar a ampliação da capacidade de recepção e transmissão de dados. além de desempenhar as mesmas funções dos anteriores, apresentará nova configuração e desenho. Este novo satélite terá órbita circular com altitude de 1.100 Km e fará testes de um sistema de voz móvel para transmissão de mensagens na Região Amazônica. Seus objetivos são o de coleta e comunicação de dados ambientais. Proporciona aos pesquisadores possibilidades de estudos mais precisos nos campos da meteorologia, oceanografia e química da atmosfera, em função da maior freqüência e regularidade de obtenção das informações. Adicionalmente, deverá promover um experimento de comunicação de voz e dados.  
Fontes (usei como base, fiz várias modificações): 
http://www.redetec.org.br/inventabrasil/satscd.htm
http://www.cbers.inpe.br/pt/imprensa/not66.htm



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