Classificado como uma super-Terra, ou seja, um planeta que possui massa entre uma e dez vezes a da Terra, ele orbita uma pequena estrela e, o mais importante, possui uma atmosfera.
Sua massa é cerca de seis vezes a do nosso planeta e o seu interior provavelmente é feito de gelo. Já o raio do GJ1214b, 2,7 vezes o da Terra, o torna intermediário entre nosso planeta e os gigantes do sistema solar, como Urano e Netuno.
Os dias por lá possuem 38 horas, e ele está a apenas dois milhões de quilômetros de uma estrela cinco vezes menor que o Sol e 300 vezes menos brilhante que ele. Mas, como está 70 vezes mais perto de sua estrela do que nós estamos do Sol, a temperatura chega a 200º C na superfície.
Como se essas condições não fossem hostis o bastante, o exoplaneta (assim chamado por orbitar uma estrela que não o Sol) possui uma atmosfera tão espessa que sua pressão e bloqueio da luz tornam o planeta completamente inabitável para as formas de vida que conhecemos.
Esta é a segunda super-Terra já encontrada: a primeira foi a Corot-7b. Apesar da massa do recém descoberto GJ1214b ser parecida com a de seu predecessor, seu raio é muito maior, o que sugere que a composição dos dois planetas deve ser bem diferente.
Cientistas acreditam que, enquanto o Corot-7b provavelmente tem um centro rochoso e é coberto de lava, ¾ do GJ1214b são compostos de gelo, e o restante de silício e ferro.
Esses dois planetas foram detectados indiretamente, quando causaram uma sombra nas estrelas em que orbitam. O projeto que os encontrou é chamado de MEarth, e monitora cerca de 2000 estrelas de baixa massa procurando por exoplanetas. Para confirmar os dados, como massa e o raio, foi utilizado o espectrógrafo HARPS, do Europena Southern Observatory, em La Silla, Chile.
Já a existência de uma atmosfera só foi descoberta quando astrônomos compararam o modelo matemático para planetas com o raio medido, notando que ele excedia as previsões. Isso significa que havia alguma coisa a mais que a superfície sólida sendo detectada: uma atmosfera, de 200 quilômetros de espessura.
Apesar do GJ1214b não ser um planeta habitável, o fato de estar tão perto ? 40 anos-luz ? representa uma oportunidade para se estudar um planeta com atmosfera utilizando a tecnologia atual.
A descoberta da super-Terra foi publicada na revista Nature. [Fonte: InfoPlantão]