OBSERVEMOS O SOL
Astronomia

OBSERVEMOS O SOL


Originalmente, o título "Observemos o Sol" é referente a um texto escrito por Jean Nicolini, onde mesmo, apresenta estudos e técnicas para observar o Sol.

Jean Nicolini, nasceu na cidade de São Paulo em 9 de abril de 1922 e faleceu em 23 de julho de 1991. Ele foi um solitário pesquisador, dedicando 40 anos de sua vida estudando o a nossa estrela, o Sol.
Abaixo apresento um trecho do texto onde ele trata sobre o Sol:


Mas... Para que observar o Sol?... Praticamente desconhecido dos nossos "amadores de astronomia" o Sol é, entretanto, intensamente observado por inúmeras entidades estrangeiras (AAVSO, SAF, BAA, AAS, etc...) que reúnem número incontável de observadores nesse setor. Por quê? São vários os tipos de programas realizados, a contar do simples patrulhamento de grupos e manchas, estatístico, da morfologia das manchas e grupos, de levantamento de áreas faculares, da variação de latitude dos agrupamentos, etc., etc., até aquelas observações que empregam instrumentos e acessórios especializados, tais como filtros monocromáticos de variadas bandas passantes (em "angstroms"), suscetíveis de fornecerem aspectos dos mais variados das diversas e sempre enigmáticos regiões do Sol (cromosfera, camada inversora (ou reversora), baixa, média e coroa exterior). Mas... Repetimos, por que observar o Sol?!... O Sol, nossa estrela, é o astro desse tipo que mais próximo se encontra a da Terra, de nós e o único capaz de mostrar-nos seu disco. Isso, convenhamos, diz tudo. Estudando o Sol temos ao alcance do nosso pequeno instrumento as grandes linhas do comportamento de um dos astros que constituem o grande alvo da moderna astrofísica. Este, contudo, tem que se voltar para os pontos não são mais do que isso -- representados pelas estrelas! . Por essa razão é que aberturas ópticas cada vez maiores fazem-se necessárias, indispensáveis, quando não se recorre a outras técnicas algo mais sofisticadas... Poderíamos acrescentar, ainda, que o trabalho deve ser noturno...

Nossa estrela proporciona-nos, mesmo quando observada através de modestos meios ópticos, apreciável conjunto de fenômenos que, quando bem acompanhados, tem condições para começar a descerrar -- de pouco convenhamos -- o vasto véu de mistérios e enigmas que abarcam a natureza do Sol. E se isso fazemos através de pequeno instrumento, não raro relegado ao ostracismo, ao abandono, nada mais justo do que vermos em sua utilização senão um motivo de contentamento pessoal, íntimo pelo fato de estarmos contribuindo para o desenvolvimento de um trabalho útil, instrutivo e, sobretudo válido. Mas por quê?

Simplesmente pelo fato de nós, observadores brasileiros, estarmos situados imediatamente após o vasto vazio representado pelo Oceano Atlântico. Mesmo observado sistematicamente por dezenas e dezenas de observadores europeus, da Europa oriental. Ou ainda do Extremo (Japão, Austrália...), ocorre una falha correspondente a... 45 graus de longitude abarcados pelo referido oceano, de maneira que -- salta aos olhos isso, não poucos fenômenos solares podem -- como de fato deixam -- escapar à observação diária do astro do dia. Isso diz tudo.

O patrulhamento do Sol, mesmo com modesto instrumento, permite -- se levado a sério -- preencher os vazios decorrentes e com isso contribuir para os dados que de outra forma não poderiam ser obtidos. A "curva de atividade undecenal", por exemplo, poderá com isso ser melhor distribuída, elaborada.

Isso, evidentemente, diz respeito às razões práticas, experimentais, observacionais. Há outra, talvez mais importante: a de valor estético, de encontrar um derivativo. Não raro, ocupações noturnas impedem que o interessado se volte para este ou aquele astro (trabalho, escola, etc.). Alguns poucos minutos, pela manhã, à hora de almoço, no meio ou fim de tarde, poderão, entretanto, ser dispensados e, se cercados de certos cuidados, contribuir para melhor aproveitamento do tempo.

O fato de saber por tê-lo observado que gigantesco agrupamento cruzando o M.C. (Meridiano Central) do Sol estará, breve, perturbando as transmissões radiotelegráficas, ou afetando o campo magnético terrestre, dá ao observador condições de abarcar melhor o alcance e as dimensões do trabalho que está fazendo... Melhor ainda quando ver seu nome em meio a uma lista de observadores que, pasme, nem sequer conhece.

Como já mencionado - o que nunca será demais lembrar é o Sol a única estrela sucetível de revelar a observação aspectos e comportamentos impossíveis de serem detectados em qualquer outra! Pode ser que tais fenômenos, esses mesmos objetos de nosso estudo, ocorram até em muito maior escala nesta, naquela ou em qualquer outro Sol que, aos milhares, aos milhões existem nos espaços siderais. Pode ser, mas... O fato é que tais fenômenos são observados e até com certa facilidade por nossos pequenos instrumentos, até agora considerados "brinquedos ópticos"...! Há, também, observatórios destinados unicamente à observação de nossa estrela, o Sol.

Não haveria, pois, alguma razão para isso?!


(Jean Nicolini)

Início do Estudo

Neste mês de outubro iniciei minhas observações do Sol com um modesto telescópio refrator com abertura de 70 mm de diâmetro, 700 mm de distância focal, sendo a razão entre eles f/D 10 e uma ocular de 20 mm.

Para poder analisar a evolução das manchas solares, utilizo o método de projeção (nunca observe o Sol através da ocular sem o uso adequado de filtros para observação) para poder observas suas manchas, ou seja, o telescópio é apontado para o Sol e sua luz emitida passa pelo telescópio e é projetada em um anteparo com papel branco, sendo sua imagem projetada em toda a dimensão do papel.



Na imagem acima é possível observar o disco solar projeto no papel. Ainda nesta imagem é fácil perceber as manchas solares. 

No gráfico abaixo é apresentado uma prévia das observações já realizadas.



Entre as datas do dia 01/10 a 15/10, onde encontram-se espaços em branco, são dias de chuva ou com condições climática não favoráveis para observação.

A estudo continua e os dados da observação serão postados todos os mês para acompanhamento da evolução das manchas solares.

Mas o que são as manchas solares?

Fotografado com filtro especial.
Uma mancha solar é uma região onde ocorre uma redução de temperatura e pressão das massas gasosas no Sol, estando intimamente relacionadas ao seu campo magnético. Como o Sol é basicamente hidrogênio em forma de plasma, sua rotação é diferenciada, sendo de 30 dias nos pólos e 26 dias no equador. Durante a rotação, as linhas do campo magnético comprimem-se e, por consequência, carregam o plasma junto até a sua compressão e a liberação da energia comprimida em forma de explosões, expulsando a matéria da fotosfera em direção das linhas, com consequente queda de temperatura e pressão após a liberação da energia acumulada.




Mais informações para observação de manchas solares neste link: http://rea-brasil.org/solar/

E para acompanhar imagens das manchas solares acessar: http://soho.nascom.nasa.gov/sunspots/



Referências
NICOLINI, Jean. Observemos o Sol. Disponível em http://rea-brasil.org/solar/nicobsol.htm. Acesso em 16 out. 2012.



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