Impacto profundo: cientista propõe método para desviar asteróide
Astronomia

Impacto profundo: cientista propõe método para desviar asteróide



As teorias para salvar a Terra de um possível impacto de um asteróide não são novas e vão desde a instalação de foguetes propulsores na própria rocha, que a tirariam da rota de colisão até à explosão atômica do asteróide, que o fragmentaria em mil pedaços. Até o presente momento, no entanto, não existe nenhuma tecnologia capaz de evitar uma grande colisão, mas os cientistas não dão o braço a torcer.


Recentemente, um aluno de doutorado em engenharia aeroespacial da universidade da Carolina do Norte propôs uma maneira relativamente simples e eficaz de desviar asteróides e outros objetos em rota de colisão contra a Terra. Segundo a teoria bastaria prender ao asteróide uma longa corrente presa a uma âncora.

"Com esse simples método você muda o centro de massa do objeto alterando efetivamente sua órbita, que ao invés de se chocar com a Terra avançaria em outra direção", disse David French, autor do trabalho. A teoria ganhou a simpatia de outros pesquisadores e foi aceita para ser apresentada na Conferência Space 2009, promovida pelo Instituto Americano de Aeronáutica e Espaço, que ocorrerá em setembro na Califórnia.

Atualmente estão identificados mais de 1000 objetos "potencialmente perigosos" e que representam algum tipo de risco contra a Terra. Apesar de nenhum deles estar em rota de colisão, não se pode prever futuras alterações de órbitas provocadas por atração gravitacional ou interações com o vento solar. Pequenas alterações em suas trajetórias podem fazê-los impactar contra a Terra.

Pensando nessa possibilidade, French e seu orientador Andre Mazzolen, professor de mecânica e engenharia aeroespacial, estudaram como um sistema "asteróide-corrente-âncora" poderia ter sua dinâmica alterada, reduzindo ou eliminando a chance de impacto.

"Não é fácil imaginar a escala do problema e as potenciais soluções", disse French. "A Terra vem sendo atingida por objetos desde há muito tempo e nós conhecemos bem os efeitos negativos disso. Há 65 milhões de anos um asteróide de grande tamanho atingiu a terra ao sul do Golfo do México e simplesmente varreu os dinossauros do mapa. Em 1907, um pequeno fragmento, talvez originado de um cometa, praticamente acabou com uma área similar a Nova York. Em outras palavras, a escala para nossa solução é difícil de ser avaliada", explicou French.

O pesquisador estima que o tamanho da corrente necessária para alterar o centro de massa pode variar entre mil quilômetros até mais de 100 mil km, (suficientes para dar duas voltas e meia ao redor da Terra). Apesar dessa variação ser bastante grande, French acredita que é a melhor idéia proposta para desviar um asteróide.



"Pesquisamos também outras possibilidades, mas sem condições reais de serem colocadas em prática, entre elas pintar um dos lados do asteróide de preto a fim de alterar o modo como a luz aquece sua superfície, alterando sua órbita ou prender o asteróide a outro objeto próximo, também mudando seu centro de massa. Também existe a chance de explodir o objeto com bombas nucleares, mas neste caso existem obstáculos políticos e técnicos quase intransponíveis, além de provocar uma chuva de fragmentos que poderia agravar ainda mais a situação".

Apesar de parecer simplista, a teoria da corrente-âncora ganha adeptos e poderá ser de fato uma opção real para desviar objetos em rota de colisão.

Todas as peripécias vistas em filmes, como bombas nucleares fragmentando os asteróides, são de fato ficção, já que a tecnologia necessária para isso não existe. As melhores estimativas mostram que atualmente seriam necessários pelo menos 20 anos, após a detecção de um asteróide em rota de colisão, para que uma tecnologia para desviá-lo ou destruí-lo fosse desenvolvida.


Apophis
Atualmente, o objeto que mais chama a atenção dos cientistas em todo o mundo é o asteróide 2004 MN4, também chamado de Apophis.

De acordo com o JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, em 2029 o asteróide se aproximará muito da Terra poderá passar por uma região conhecida como "buraco gravitacional", uma estreita área no espaço que colocará o asteróide rumo a um possível impacto. De acordo com os últimos cálculos existe uma chance em 45 mil de que o objeto possa de fato se chocar com a Terra no ano de 2036, mais precisamente no dia 13 de abril.

Apophis, que em grego significa "destruidor", é hoje o corpo celeste mais vigiado no espaço pela comunidade científica. Baseado em estudos sobre o brilho do objeto, especialistas calculam que Apophis tenha entre 320 e 420 metros e caso se choque com a Terra, sua massa, velocidade, composição e ângulo de entrada seriam suficientes para provocar uma explosão equivalente a 1480 megatons de TNT, o que representa 114 mil vezes a energia liberada pela bomba atômica lançada em 1945 sobre Hiroshima e sete vezes mais intensa que explosão do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883. A energia seria capaz de desintegrar completamente uma extensão de terra do tamanho da ilha da Sicília e causar efeitos colaterais na geografia, clima e no meio ambiente de mais de 30% do planeta


Artes: A ilustração no topo da página mostra como seria o impacto de um asteróide na Terra. A segunda foto mostra o asteróide 951 Gaspra, de 19 km de diâmetro, fotografado pela sonda Galileo. Créditos: Wikimedia Commons/Nasa/JPL.

Fonte: www.apolo11.com




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